Em muitas culturas antigas, o poder do som era considerado parte intrínseca do processo de cura e tinha um papel central nas práticas religiosas, buscando o desenvolvimento do bem-estar espiritual e físico.
Em tempos mais recentes, o interesse crescente pelas terapias alternativas fez renascer algumas tradições, como as curas por meio de canções e orações, e os modernos "terapeutas pelo som " afirmam que conseguem aliviar certos distúrbios dirigindo ondas de som às partes afetadas do corpo.
Na vida cotidiana, os efeitos dos sons são bem visíveis: cantar antes de um jogo de futebol aumenta as emoções e potencializa um sentido de unidade de grupo.
Aviões a jato voando a baixa altitude e o trânsito em horas de movimento causam ansiedade, irritação e tensão.
A música que se ouve nos supermercados destina-se a tornar o ambiente mais agradável, de modo que as pessoas fiquem mais tempo e gastem mais.
O som é também um modo de nos exprimirmos e nos comunicarmos com os outros.
A sua qualidade reflete muitas vezes o estado das relações entre as pessoas.
É natural gritarmos quando estamos zangados, cantarmos quando estamos contente ou falarmos com suavidade para exprimir afeto.
Todas as mães reconhecem o choro dos seus bebês e a maioria das pessoas é sensível até mesmo às sutis variações no timbre das vozes familiares.
As ondas sonoras do exterior atingem o ouvido como vibrações que são convertidas em impulsos nervosos e transmitidas ao cérebro, que as interpreta como os sons que ouvimos.
As ondas também atingem outras partes do corpo, que, embora não possam "ouvir" como o ouvido, são ainda assim afetadas, por serem ritmicamente comprimidas e dilatadas, em um nível microscópico, pelas vibrações.
A terapia pelo som baseia-se na teoria de que os órgãos e as células do corpo reagem de modo específico a padrões determinados de compressão e dilatação.
Julga-se que cada parte do corpo tem uma ressonância natural e reage bem aos sons que vibram em harmonia com ela. As vibrações dissonantes, pelo contrária, podem ter resultados prejudiciais.
Acredita-se que a falta de saúde e a doença afetam a freqüência com que os órgãos e células vibram.
Na forma mais comum de tarapia pelo som, os terapeutas tentam restituir e reforçar as freqüências "saudáveis", dirigindo ondas de som harmoniosas para as zonas de perturbação.
O som pode ser também utilizado de muitas maneiras com fins terapêuticos.
Desempenha um papel importante na musicoterapia e na terapia pela dança, alguns terapeutas ensinam a cantar e entoar cânticos como forma de alterar padrões de respiração, promover o relaxamento e estimular as capacidades autocurativas do próprio corpo - semelhante aos efeitos da ioga e da meditação.
Praticada em grupos ou aos pares, diz-se que ela reforça os laços que existem entre as pessoas e ajuda-as a ficar em "sintonia" uma com a outras.
Fabien Maman, terapeuta e músico, acredita que, ouvindo o som da voz e a ressonância dos centros de energia do corpo, é capaz de encontrar, para cada indivíduo, o som especial que pode aumentar o seu bem-estar.
Maman afirma também que, através de ondas sonoras cuidadosamente escolhidas, podem-se atacar células doentes e reforçar as saudáveis, ajudando a tratar algumas doenças.
Para quem é útil. Alguns hospitais têm investigado a possibilidade de utilização da terapia pelo som com ondas geradas eletronicamente, como auxiliar no tratamento de fraturas.
Acredita-se também que a terapia pode ser útil em outros problemas dos músculos e dos ossos, como fibrose, reumatismo, artrite, dores nas costas, luxações, entorses e em casos de nevralgia, enxaqueca e sinusite.
Os defensores dessa forma de terapia afirmam que um tratamento pré-cirúrgico torna mais eficaz a cirurgia de substituição da articulação do quadril e que as dores provocadas por uma hérnia de disco podem ser reduzidas de forma a permitir a manipulação.
Os professores de canto e ritmo afirmam que qualquer pessoa pode se beneficiar, especialmente se sofre de estresse ou de perturbações a ele relacionadas.
Consulta: A forma mais conhecida de terapia pelo som é a utilização de ondas de som produzidas eletronicamente e dirigidas a determinadas partes do corpo.
Antes de se iniciar o tratamento, é fundamental um diagnóstico correto do problema. É aconselhável consultar primeiro um médico convencional.
O Terapeuta utiliza uma máquina para produzir ondas que se julga ter a freqüência própria para tratar o problema.
Podem ser produzidos muitos padrões diferentes de ondas, e a escolha do mais adequado requer determinada competência.
As ondas são transmitidas ao corpo com um pequeno "aplicador" manual colocado sobre a área afetada, por cima da qual se espalhou um gel para melhorar a transmissão das ondas.
O aplicador centra as ondas de modo que incidam sobre a área a ser tratada, não afetando o tecido saudável.
Enquanto o tratamento decorre, pode-se ouvir um som ou sentir-se vibrações, mais isto nem sempre acontece - às vezes, as freqüência são altas ou baixas demais para serem detectadas.
Outras formas da terapia pelo som realizam-se com sessões de grupos ou individuais nas quais devem os participantes produzir sons curativos utilizando as próprias vozes.
Não é necessária qualquer aptidão para o canto ou ter conhecimentos musicais, pois os sons são geralmente entoados ou "vibrados" de uma forma que qualquer pessoa consegue produzi-los.
Os princípios básicos da terapia pelo som são compatíveis com a física moderna, segundo a qual toda a matéria está em um estado constante de vibração, mesmo ao mais baixo nível subatômico.
Os médicos convencionais já aceitam que: - "perturbações nos padrões das ondas eletricamente produzidas pelo coração mostram que ele foi afetado e reage aos estímulos das ondas de sons produzidas e aplicadas eletronicamente".
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