Deus é amor e nossa alma um templo em nosso corpo para morada de Deus. Um templo de amor. Um templo para ser cheio de Deus. O amor é o alimento da alma e uma alma vazia de amor é uma alma em sofrimento.
O sofrimento, embora não faça parte da natureza da alma, é inerente à personalidade humana, devido às suas ligações com o passado e à força de seus desejos, ainda não elevados para objetivos superiores. A energia da alma é alegria, estado de ser unificado com o Propósito da Criação. Esse estado transcende a personalidade, vem de regiões profundas do próprio ser. Dele emerge a beatitude onde há paz, que vai além de qualquer compreensão, que não se abala por circunstâncias externas, e onde existe a entrega completa do ser interior ao caminho cósmico aberto a sua frente.
Ao compreendermos o significado e a função do sofrimento, podemos predispor-nos a superá-lo. O sofrimento tem um sentido espiritual, uma função moral e também um trabalho a fazer nas células físicas. Entretanto, mesmo reconhecendo isso, devemos saber que não faz parte do plano divino. Nossa alma e o próprio universo não têm o propósito de nos fazer sofrer.
Quando a humanidade conseguir elevar seus desejos para objetivos superiores, que transcendem às necessidades criadas por condicionamentos, e principalmente quando dispensar o que é supérfluo, luxuoso e paliativo, o sofrimento humano diminuirá. Além disso, quando o ser humano perceber que sua atitude perante o sofrimento e a dor influi sobremaneira em sua atuação, muito do que ainda lhe acontece será removido.
Importante ainda nesse assunto é o princípio trazido pela lei de causa e efeito, ou seja, enquanto provocarmos o sofrimento, o teremos em nossa própria vida. Nesse particular, o fato de a humanidade ainda se alimentar de animais traz-lhe consequências incalculáveis. A questão da dor nunca começará a ser aclarada por nós se esse ponto básico não estiver, pelo menos, como uma semente em nossa consciência. Um relacionamento verdadeiro precisa ser desenvolvido entre nós e os animais, no qual, os últimos serão beneficiados com os nossos serviços e com a nossa gratidão pelo papel que tiveram no desenvolvimento da humanidade.
Considerando tudo isso, podemos notar que o sofrimento e a dor têm funções espirituais, morais e físicas e, por meio deles, evita-se a total submissão do ser humano às forças da matéria, além do que, pelo impulso que trazem, são importantes elementos para a sua evolução.
O valor espiritual e evolutivo da dor e do sofrimento encontra-se no fato, do homem ser por eles levado a concentrar suas forças mentais em descobrir o motivo que o levou a tê-los, e ser com isso ajudado a desidentificar-se do seu próprio ego, núcleo que contém muitos hábitos passados. Destacar-se do ego, ainda que temporariamente, traz considerável benefício para o Espírito cósmico.
O sofrimento e a dor, quando aceitos são fatores que impulsionam o progresso interior e, ao tomar consciência da lição, da oportunidade de aprendizagem que eles estão nos proporcionando, deixam de existir, por já terem cumprido o seu papel; quando rejeitados, deixam de produzir esse efeito benéfico na consciência e passam apenas a purificar uma parte de certas ações, sentimentos e pensamentos negativos do passado.
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