– Vieses de memória
Os inúmeros fatores que podem fazer com que uma pessoa se lembre ou se esqueça de determinados eventos são geralmente chamados de vieses de memória. Alguns vieses podem colaborar para que suas lembranças sejam fiéis ou não – confira os mais comuns a seguir:
Humor: Nosso cérebro adora memórias divertidas, e se algum acontecimento é engraçado, o mais provável é que você se lembre bem dele – acredita-se que isso aconteça pelo fato de que o humor é uma resposta emocional e, como tal, é mais facilmente recordado.
Nivelamento: É comum que os detalhes de algumas memórias sejam esquecidos. Às vezes, quando isso acontece, nossos cérebros trabalham de forma a enfatizar os detalhes dos quais nos lembramos, o que faz com que esses detalhes sejam a parte mais significativa de uma memória específica, ainda que originalmente não tenha acontecido assim.
Positividade: Ainda não se sabe ao certo por que acontece, mas a verdade é que pessoas mais velhas tendem a ter mais memórias positivas do que negativas.
Efeito espacial: Algumas pessoas conseguem se lembrar melhor de alguns eventos quando estão expostas a períodos de tempo específicos, sabia?
Colisão remanescente: É o viés que faz com que algumas pessoas se lembrem mais dos eventos na adolescência ou na juventude do que daqueles de outros períodos.
– A memória-relâmpago
Acontece quando conseguimos nos lembrar do lugar onde estávamos ao ouvir determinados acontecimentos. Se você se lembra, por exemplo, do que estava fazendo e de onde estava quando soube dos ataques terroristas de 11 de setembro, essa sua memória já se encaixa aqui.
Isso se dá porque, quando um evento é trágico e nos afeta, ainda que apenas emocionalmente, nosso cérebro cria memórias de forma diferente. Basicamente, é como se, no lugar de um filme, ele fizesse uma foto. Com o passar do tempo, como acontece com as outras memórias que cultivamos, essas lembranças vão se deteriorando, mas é possível que nos lembremos delas de forma vívida devido à ligação emocional.
Memórias implantadas
Parece bizarro demais imaginarmos que seja possível IMPLANTAR uma memória na cabeça de alguém, mas não só isso acontece como é mais comum do que você imagina.
A psicóloga Dr. Elizabeth Loftus já realizou inúmeros experimentos de memórias implantadas ao longo de sua carreira – só para você ter ideia, um estudo realizado com voluntários e psicólogos revelou que os profissionais conseguiram implantar uma memória falsa na mente dos participantes – alguns deles realmente acreditaram que, quando crianças, se perderam dentro de um shopping.
Em alguns casos, pacientes que se submetem a terapias psicológicas podem acreditar nos efeitos de alguma experiência traumática pela qual nem mesmo chegaram a passar.
– Sugestionabilidade
A sugestionabilidade é bastante parecida com a implantação de memórias, mas acontece de maneira diferente. Aqui as lembranças do que nunca aconteceu geralmente surgem em decorrência de um processo mais ativo, como quando alguém começa a fazer perguntas capciosas.
O How Stuff Works contou as conclusões de um estudo realizado para comprovar o poder da sugestionabilidade. Em 2010, um grupo de indivíduos deveria contar suas lembranças relacionadas a quatro imagens específicas – detalhe: uma das imagens não tinha relação com qualquer possível evento real.
Ao final do teste, os voluntários deveriam dizer do que lembravam com relação aos tais eventos. O resultado? As pessoas demoraram menos para lembrar os acontecimentos verdadeiros, mas, depois de um tempo, estavam certas de que se recordavam do falso evento também. O estudo sugeriu, ainda, que as pessoas tendem a criar memórias falsas com mais frequência quando o assunto é política –
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