quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Microcefalia: o que é?


  • Com centenas de casos confirmados no Brasil em 2015, a microcefalia é um dos assuntos mais comentados ultimamente na imprensa e nas rodas de conversas, principalmente entre mulheres grávidas ou que estão querendo engravidar. Mas, o que é a microcefalia e por que o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS) colocaram não só o Brasil, mas também outros países em alerta sobre o assunto?
    A microcefalia é uma malformação congênita observada quando o bebê nasce com o perímetro cefálico menor do que 32 centímetros – no início de dezembro o Ministério da Saúde brasileiro mudou a classificação para considerar uma criança com microcefalia de 33 para 32 centímetros ou menos de diâmetro. Isto é, a cabeça da criança é menor do que o convencional significando que o cérebro não se desenvolveu corretamente. Isso pode fazer com que ela morra nas primeiras semanas de vida ou que tenha sequelas graves de desenvolvimento, como retardo mental ou dificuldades de visão ou audição. O problema pode ser diagnosticado quando o bebê ainda está no útero da mãe, por meio de exames de ultrassom. Porém, alguns casos atuais só foram descobertos depois do nascimento da criança.
  • Por que essa malformação pode ocorrer?

    Alguns fatores podem fazer um bebê nascer com microcefalia. Entre eles estão o consumo de drogas e álcool durante a gravidez; contaminação por mercúrio ou cobre; desnutrição; HIV; meningite, exposição à radiação durante a gravidez, e uso de medicamentos para câncer, epilepsia e hepatite. Porém, os atuais casos têm ligação, comprovada pelo Ministério da Saúde, com a epidemia do zika vírus, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti,bem conhecido da população brasileira por também causar a dengue e chikungunya. Mas diferente delas, os sintomas do zika vírus são mais leves.
  • Quais os tratamentos disponíveis para a criança que nasce com microcefalia?

    A microcefalia não tem cura. A criança terá que passar por avaliações médicas frequentes e tratamentos para estimulá-la, como sessões de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional. Tudo para diminuir o retardo mental e viabilizar uma qualidade de vida ainda melhor para a criança. Além disso, de acordo com os tipos de lesões que ela tenha em seu cérebro, poderá ter que tomar medicação para convulsões.
    Por que o Ministério da Saúde colocou o Brasil em situação de emergência para microcefalia?
    Tudo começou no mês de agosto, em Pernambuco, quando médicos neurologistas observaram aumentar o atendimento de crianças com sintomas de malformação na cabeça. Cruzando informações do estado eles notificaram o órgão federal de saúde em outubro. De nove casos por ano, Pernambuco já contabiliza mais de 800. O Brasil, até 5 de dezembro, tinha1761 crianças confirmadas com microcefalia em 13 estados e no Distrito Federal. A maioria deles nos estados do Nordeste onde, no início do ano, se estabeleceu uma epidemia do zika vírus, daí veio a ligação entre ele e a microcefalia.
    A confirmação só veio depois da realização de um teste pelo Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde no Pará, que detectou a presença do zika vírus em amostras de sangue de um bebê do Ceará que nasceu com microcefalia e faleceu.
    Os dados armazenados pelo país para a malformação revelam a proporção da tragédia: em 2010, o Brasil teve 153 casos registrados de microcefalia; em 2011, 139; em 2012, 175; 2013, 167; e em 2014, 147.
  • Quais os sintomas do zika vírus?

    Mais brando do que a dengue, a pessoa que é picada pelo mosquito e contrai o zika vírus tem febre leve e descontinuada, vermelhidão na pele, coceira e dor muscular que desaparecem espontaneamente entre 3 e 7 dias.
  • Quais as recomendações para as mulheres grávidas ou que estão tentando engravidar?

    Como a relação entre o zika e a microcefalia no Brasil é única no mundo, o Ministério da Saúde tem recomendado que as mulheres se protejam e não entre em contato com o mosquito.

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