domingo, 18 de outubro de 2015

damaged-healthy-myelin-sheaths-27231989Ilustração esquemática de um nervo, seu axônio e a camada de mielina que o recobre. No exemplo superior mostra-se a alteração da bainha de mielina. No exemplo inferior mostra-se um nervo remielinizado ou  normal.


Como Identificar e tratar os distúrbio cognitivos na esclerose múltipla?
A abordagem realizada sem testes específicos na maioria das vezes não permite o diagnóstico. Para tanto, deve-se realizar uma avaliação específica para este fim, a avaliação neuropsicológica. Esta deverá ser individualizada para cada paciente, avaliando as funções cognitivas mais frequentemente acometidas na EM. A depressão é sempre avaliada, e outros fatores que podem interferir no desempenho cognitivo, como dor, alterações do sono, medicamentos, entre outros, devem ser investigados. O tratamento do comprometimento cognitivo na Esclerose Múltipla inclui medidas medicamentosas e comportamentais, porém nenhum dos tratamentos atualmente propostos tem eficácia comprovada.
O tratamento deste sintoma específico confunde-se com o tratamento da Esclerose Múltipla como um todo, o que incluí o tratamento convencional, com drogas modificadoras da doença, como os imunomoduladores, o natalizumabe e o fingolimode, objetivando a prevenção no aparecimento das incapacidades motoras e cognitivas.
Não existe tratamento medicamentoso específico para as alterações cognitivas da EM.  Foram testados os medicamentos utilizados para a fadiga da EM, como a amantadina, a 4-aminopiridina, entre outros, sem que a eficácia fosse demonstrada. Também foram testados aqueles utilizados para Doença de Alzheimer, os anticolinesterásicos e a memantina, porém, os resultados não foram favoráveis. O uso de outras substancias, como ginko-biloba, ômega 3, vitamina D e E, suplementos alimentares, entre outros, não têm demonstração de eficácia para a prevenção ou tratamento deste sintoma.
A reabilitação cognitiva, quando realizada de forma individualizada e visando as dificuldades específicas do paciente tem demonstrado resultados satisfatórios. As técnicas empregadas variam de terapia cognitiva comportamental, treino cognitivo específico com programas de computador, reorganização cognitiva ou estratégias ambientais compensatórias. A realização de um treinamento intensivo, de curta duração e personalizado para as dificuldades específicas dos pacientes tem sido preconizada.
O reconhecimento e monitoramento dos déficits cognitivos na EM nos dias atuais elevou o tratamento para um novo patamar, considerado de excelência, onde objetivamos não somente evitar novos surtos da doença, mas também preservar e reabilitar as funções cognitivas objetivando uma vida plena e independente.

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