quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Como nosso cérebro reconhece o sentimento de amor?

Quem não gostaria de viver um grande amor? Muito já foi dito há séculos sobre os mistérios que regem amor e paixão. Do matemático Pascal: "O amor tem razões que a própria razão desconhece", até Albert Einstein: "Como a ciência poderia explicar um fenômeno tão importante quanto o Amor". 

Poetas, filósofos, músicos e nos mesmos já escrevemos e lemos sobre as mais lindas poesias, canções e textos sobre o amor. Pedi a amigos que me enviassem textos que fizessem ressonância com suas almas, para entender como percebemos o amor. Algumas das mais importantes que me mandaram: 

- O amor avassalador de Camões. 

"Amor é um fogo arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina ferida sem doer"... 

- O amor que doi na alma de Chico Buarque

"Oh, pedaço de mim Oh, metade afastada de mim Leva o teu olhar Que a saudade é o pior tormento É pior do que o esquecimento É pior do que se entrevar

CIÊNCIA E AMOR.
Mas como o cérebro percebe e modifica sua química e seu funcionamento durante a ligação entre duas pessoas? O que acontece desde o primeiro encontro, a percepção de se estar apaixonado e a chegada do amor? 

Em se tratando de amor, a neurociência ainda está engatinhando nos estudos. Uma matéria bem didática da Jeanne Callegari, publicada em Maio/2010 pela Superinteressante descreve muito bem estes estágios: 

1º) Vivenciando a aproximação Olhares que se encontram, corpos que se comunicam, coisa de pele. Sim isso realmente existe, o corpo percebe essa avalanche química através do cheiro. Aí, nos conectamos com pessoas com identidade imunológica complementar a nossa. 

2º) Do primeiro encontro a paixão A partir deste momento, depois da atração irresistível inicial, a química cerebral produz uma turbulência de impulsos. 
1. Começa com atração sexual, com aumento da testosterona em ambos os sexos, inclusive nas mulheres 
2. Depois vem a paixão avassaladora, um não vive sem o outro, o dia não começa enquanto você não me telefonar, e ai o cérebro esta repleto de dopamina. 
3. Depois vem a ligação afetiva mais sólida o companheirismo, manifestado nas mulheres pela ocitocina e nos homens pela vasopressina. 

3º) Bem vindos ao Amor Aqui é tudo bem mais complexo, "Enquanto crescemos, vamos criando um conceito da pessoa por quem iremos nos apaixonar", explica Semir Zeki, neurologista da University College London e autor de estudos sobre o cérebro das pessoas apaixonadas.  

Mapa cerebral do amor apaixonado

As técnicas de neuroimagem funcional permitiram mapear as regiões cerebrais ativadas e desativadas durante a paixão e o amor. As áreas cerebrais envolvidas passam a apresentar maior irrigação sanguínea, metabolismo mais intenso e maior atividade dos neurônios. As estruturas cerebrais envolvidas na paixão são a Amígdala e o Córtex pré-frontal. A amígdala é responsável pelos nossos sentimentos primitivos, como medo, raiva, euforia, tristeza. O córtex frontal é responsável pelo discernimento da razão. 

Na fase inicial da paixão ativamos a Amígdala e desativamos o córtex pré-frontal, portanto existe uma gama de sentimentos primitivos misturados, com ausência total de razão. Essa turbulência emocional foi denominada pelo psicólogo social Stanley Schachter de "estranho elixir da paixão". 

Dependendo dos indivíduos envolvidos, uma experiência de paixão desenfreada pode provocar alteração de humor semelhante à provocada por drogas como a cocaína e a anfetamina. 

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